Mais uma noite
não sei se vou agüentar
Estou cansada,
não tenho sono,
o tempo custa a passar
Faz muito frio
deito com sua ausência,
abraço o travesseiro,
vejo você,
em meio ao silêncio,
meu pulsar frenético
se confunde com uma canção de ninar
sussurrada por sua voz monocórdica
que me embala os sentidos
a distância transforma o passado
em reticências...
mas a vontade o aviva
com cores de Andy Wahrol
vontade de rever
reviver
voltar
revirar
revoltar
a saudade me aquece
no que a memória falha,
o corpo não esquece
velejando entre sonho e lembrança,
sinto sua barba macia,
suas mãos lenientes,
seu cheiro de sabonete barato
você está em seu lugar,
ao meu lado, a minha volta,
envolto
em meus braços
Sem aviso, as luzes da manhã
invadem o quarto
me despertam de um estado hipnótico
e roubam você de mim
tento ignorar,
me concentro,
não quero que você vá
(ainda não...)
só mais um pouco...
mas a luz é mais forte
que a minha escuridão
Mais uma vez o tempo me ultrapassa
me ultraja
e vence
olho ao redor,
procuro por você
não há ninguém além do silêncio
(agora tenho que enfrentar mais um dia,
e mais uma noite,
e não sei se vou agüentar...)
4 comentários:
agora assim acho que estamos no caminho de fazer livros....
acho que o marcador deveria ser poesia pretencioooooooosa.
e digo mais...
depois.
Poderia se escrever uma enciclopédia só de poesias sobra a saudade.
POr poesias definiríamos o que só a língua portuguesa tem.
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