sexta-feira, 30 de março de 2012

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Eu não me importo. Nem um pouco. Nadinha mesmo.
Faz o que quiser da sua vida, pode acertar o carro em uma árvore, se jogar do alto de um penhasco, mudar pra Austrália, comprar um trator e viajar pra outro estado.
Eu nem me importo, nem ligo.
Pode casar, ter filhos, abrir um restaurante, pintar a casa de branco, colocar uma cerca, plantar uma goiabeira no quintal e comprar um cachorro.
Não me interessa, nem um pouquinho.
Pode namorar e noivar, escrever poemas e fazer serenatas. A vida é sua, não é problema meu. Pode tatuar o nome dela na testa, fazer juras de amor eterno, comprar todas as rosas do mundo e mandar entregar. Na casa dela.
Eu não me importo. Nem um pouco. Nadinha mesmo.
Mas também não quero saber.

Eu nem ligo.

Já falei que você pode se jogar do penhasco?

sexta-feira, 16 de março de 2012

Idiota

Sabe quando você tem uma ideia que poderia ter sido boa?, que poderia até ter sido ótima, excelente, se você tivesse pensado ontem, ou talvez amanhã, mas não agora, agora é uma péssima ideia e no fundo você sabe, mas você vai e insiste, porque é teimosa, e aí quando tudo dá errado, o mínimo que você pode fazer é ter a decência de não se fazer de indignada... Que nem quando você decide pintar as unhas dos pés de vermelho quinze minutos antes de calçar os sapatos e sair. Ontem teria sido ótimo, mas agora... tudo o que você tem são dez unhas borradas.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Closure

Desculpa. Eu queria te amar, realmente queria... Até houve um tempo em que acho que amei, mas foi há tanto tempo, tantos anos se acumularam, tanta coisa aconteceu... Há séculos eu não sou mais aquela adolescente que te viu como uma criatura fantástica. Não, espera, não é bem assim. Você é ótimo e boa pessoa e tal, mas, naquela época, você era perfeito. Eu te via através dessas lentes cor de rosa e não havia defeitos, era você tudo o que eu queria, tudinho e até mais. Mas você embaçou minhas lentes, me fez tira-las, elas se empoeiraram, esquecidas num canto e, quando tentei recoloca-las, acho que quebraram. Não sei, ou elas perderam a cor, ou eu não gosto mais de rosa, ou a cor toda era minha e não delas... Sei lá. Agora vejo que você é ótimo sim, mas pra outra pessoa, não pra mim, nem de perto pra mim. Por mais que eu quisesse e, acredite, eu queria, eu queria querer, não temos nada a ver um com outro. Nadinha. Na verdade, acho que nunca tivemos, eu que me moldava a seu redor, acho que era feita de argila naquela época e ainda dava pra moldar, mas agora o barro criou forma, queimou, virou peça inteira, que não se encaixa na sua vida, nem como decoração. Meu Deus, como sou péssima em metáforas! Mas é isso, a ideia é essa: é melhor ficarmos assim, eu aqui, você aí, cada um no seu quadrado, com quase nada em comum. O que me consola é que você também não me ama, nem nunca amou. Você gostava de uma ideia e, sei lá, acho que eu nunca fui essa ideia, que, aliás, nem sei qual era! A gente se conhece faz o quê? Quinze anos? Quase isso? Mas de nada adianta tanto tempo, porque você não me conhece, você nunca nem se deu ao trabalho de tentar me conhecer. Já eu, quis saber tudo sobre você, e tentei, e descobri que você tem o umbigo do tamanho do mundo e não enxerga além dele. Eu sei que não é muito educado ou simpático chamar alguém de egoísta assim, na cara, mas é verdade, e talvez você precise de alguém pra te dizer isso, que você é egoísta e egocêntrico, porque você é, e não só em relação a mim. Você nunca se importou comigo de verdade e eu poderia ter ficado magoada, ressentida ou qualquer coisa, mas não, e foi aí que percebi que Eu também não te amo e que, quando achei que poderia tentar de novo e amar, não poderia estar mais errada... Eu achava que a gente podia escolher, que o amor era psicológico e bastava treinar a mente, mas descobri que, na verdade, é tudo coisa de pele, que nem frio: você sente ou não sente, não dá pra inventar. E é isso, acabou, adeus.