O show tem que continuar.
Então me maquio,
visto o figurino, os adereços,
decoro as falas.
Subo no palco todos os dias de manhã
Interpreto o meu papel,
mais ou menos bem,
e também outros três ou quatro,
encomendados, herdados,
inacabados.
Recebo alguns aplausos,
críticas, elogios, vaias,
recomendações...
Todo dia é a mesma coisa,
e todo dia é diferente,
tanto faz,
dá no mesmo,
porque toda noite,
quando tenho que preparar os textos do dia seguinte,
tudo que eu quero
é parar,
me enroscar no cantinho
fora da luz de cena
e esperar o derradeiro fechar das cortinas.
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Oi.
Eis que trocentos meses (tá, eu sei que tem mais de um ano) depois, eu ressurjo das cinzas.
Nossa, já faz tanto tempo que eu estava até com uma certa vergonha de voltar. Mas superei isso (quer dizer, deixei pra lá). Tive uma ideia essa noite, que não era bem assim, mas aí abri o blog e fui escrevendo qualquer coisa, que, dizem, é melhor do que nada. Amanhã eu volto. Mesmo.
2 comentários:
Pior é quando a gente sai do palco, entra no camarim e descobre que a maquiagem que se está usando é de palhaço. A falta de riso da plateia torna tudo mais constrangedor, pois significa que ela é conivente com nossa tragicomédia, mais trágica que cômica. Eles não têm coragem de rir, com medo de nos humilhar, então nos constrangem com sua falta de riso, e também deixam de rir pois eles também estão constrangidos.
Belo retorno.
Aguardo sua volta hoje.
me deixa ser o lanterninha da sua vida.
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