terça-feira, 15 de julho de 2008

Pedaços

Psiu!
Você ouviu esse barulho,
como um cristal se estilhaçando?

Agora não há mais norte,
nem sul, nem leste ou oeste.
Não há chão onde se equilibrar.

E como respirar?
meus pulmões tentam,
cada vez mais forte,
mas não conseguem:
não tem ar.

Acabaram-se as certezas,
todas elas.
No céu não há sol,
ou lua, nem estrelas.
Se antes o mundo era esquisito,
agora o caos perdeu a bússola.

Nem mais palavras,
não há.
Nada a dizer,
nada a ouvir.

Apenas um sentimento,
só um.
quase raiva,
quase tristeza...
É mágoa.

Já não era mais o mesmo,
mas nem importava.
Como mudou? nem percebi...
O que tínhamos se desfez:
Foram-se os laços,
foram-se os nós,
o Nós.
Agora eu; você
separados por ponto-e-vírgula,
cada um pro seu lado
(e ninguém ao meu)

A memória afetiva até tenta
fazer com que o tempo pare
como em fotografia
e conservar os elos, as rimas,
aquela nossa magia...
Mas nós não paramos no tempo
e quando a gente segue
e se perde,
perde-se
o que pensei ter tido a sorte de encontrar,
de construir,
de cuidar...
Tudo se despedaça.

E não há mais norte ou sul,
lua ou sol,
chão ou ar,
ou magia...

E não tem cola.


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é uma idéia na qual vou trabalhar. postando só pra constar.
Beijinhos!